domingo, 31 de janeiro de 2010

Oitavo ato: carne trêmula

Os melhores relacionamentos são aqueles que são impulsivos. Aqueles em que nada além do sexo selvagem descontrolado existe. Aqueles em que a única coisa que os une é a carne.

E lógico, ninguém assume isso.

Todos querem “um amor que goste de cachorros”. Isso é bem interessante. Quando se pergunta para alguém quem você quer para ter ao seu lado ate que a morte os separe, a resposta é sempre diferente, mas sempre significando a mesma coisa: alguém que tenha afinidade e os mesmos gostos que você. Quando se pensa em alguém quando se quer um amor, a primeira cena que vem na sua cabeça é a de estar abraçado a dois num dia frio, nunca a de dois corpos nus, suados, sobre um calor de 40°, transando feito animais e cobertos com a sujeira do próprio sexo sem nem se importar com isso.

O que eu acho mais lindo nos casais gays são quando eles dizem que: o sexo não é importante. Ao mesmo tempo, quando seus relacionamentos vão mal, a primeira coisa afetada é o sexo. Porque o sexo é sempre o termômetro de uma relação. É por isso que eu também não acredito (e nem respeito, diga-se de passagem) relacionamentos a distancia. Sexo é um dos elementos que unem as pessoas, sem sexo, onde está o relacionamento?

Se o seu relacionamento não tem sexo e ainda assim rola, então não temos amor aqui, temos um contrato de convivência. Mas isso é assunto pra mais tarde. O assunto aqui é sexo sujo que não é sujo.

Arfaro é um rapaz que teve vários relacionamentos, mas o mais marcante dele é um que ele teve com um cara que tinha namorado. E é interessante ver os olhos dele quando ele conta essa historia. Seguinte: Arfaro conheceu um jovem e bonito médico que já namorava um outro jovem e bonito médico. As transas desse cara com Arfaro eram sempre vulcânicas. O sexo entre os dois era muito poderoso. Arfaro sempre prometia que seria a última vez, mas não era, e sempre que eles se viam, e alguma conversa mais seria surgia, eles começavam a suspirar, ofegar, o pau ficava duro, logo um estava engolindo o cacete do outro com tanta ferocidade que ate os pelos da base eram sugados.

E após seis meses, vocês devem pensar que o jovem e maravilhoso medico largou seu namorado por Arfaro. Claro que não! Por que ele largaria um rapaz inteligente, de família rica, belíssimo, de futuro promissor só para ficar com Arfaro? Só porque eles fudiam incontrolavelmente? Na verdade isso deveria ser um motivo bastante sólido, mas nem passava pela cabeça do medicozinho. Por quê? Por que o status de relacionamento que ele tinha com o outro nunca seria o mesmo com Arfaro, um técnico, meio gordinho, com uma voz meio afeminada, enfim, fora dos padrões.

A maioria dos viados estão tão focados na procura pelo padrão que nos é jogado na cara, que esquecem o essencial: a intensidade de se viver algo. Hoje em dia não importa se a intensidade funciona, importa se você tem status de relacionamento. Por acaso eu sai em público com o rapaz que tinha um cu tão quente que levava meu pau a gozadas espetaculares? Nunca! Ele é desempregado, não conhece uma roupa de marca e usa chinelos o tempo todo. Mas eu fiz questão de ir na balada mais cara com o rapaz fofinho, jogador de futebol, sarado, que tinha um Honda Civic, mas que estava descobrindo o mundo gay agora, me comia mal e não beijava bem.

Ah, por favor, eu não sou hipócrita. Hipócrita é quem não assume isso!

De fato, ao meu ver, quem nunca viveu um relacionamento como o de Arfaro, nunca viveu um relacionamento de verdade. Não é a questão do relacionamento com traição e filha da putagem, você é um idiota se entendeu isso, é questão da intensidade.

Na metade do ano passado, com 20 anos, eu conheci um ator de teatro de 16, o Junior. E eu, que nunca havia ficado com alguém mais novo, me envolvi num relacionamento absurdamente tórrido e sexual. Foram as melhores trepadas, aquelas em que meu corpo ficava suado, molhado, aquelas em que a gente esquece camisinha, não ta nem ai pra KY, vai cuspe mesmo. Aquele tipo de relacionamento que quando você esta junto você tira o pau pra fora, pede pra engolir, não tem carinhos, não tem palavras doce, tem luxuria, tem prazer.

Depois rolavam os carinhos, as conversas, os risos. E também as brigas, os bate bocas, os palavrões e toda a raiva que apenas um garoto de 16 anos muito gostoso e intenso pode proporcionar. Enfim, foi uma experiência gratificante. Me senti renovado pra encarar muitos mais gays idiotas depois dela porque esse era top dos tops idiotas.

Enfim...

Acho que um dos grandes problemas do mundo gay é essa loucura de idealização. Os gays acreditam muito mais nessa historia de príncipe encantado do que as garotinhas fãs dos vampiros feitos de Cristais Swarovski. E lembrem-se que é você que acima de tudo escolhe como você vai viver a intensidade da sua vida. Eu já escolhi a minha. É uma escolha considerada errada pela maioria das pessoas, mas tem funcionado até certo ponto.

PS: desculpem o tempão sumido. Depois da Bahia fui passar o réveillon em Floripa, depois fui em Buenos Aires, agora estou me recuperando de uma forte dengue no Rio de Janeiro onde devo ficar até o carnaval. Mas agora volto com força total!

13 comentários:

Anônimo disse...

O q vc disse tem muito sentido.

Acho q é por isso q estou sozinho até hj. Escolho muito um namorado, mas não escolho tanto alguém para transar. Na hora da transa eu busco o prazer e não outros padrões.

Espero q vc tenha se recuperado da dengue.

Bj grande

FOXX disse...

olha eu comecei discordando de vc
depois concordei com quase tudo
menos uma coisa

somente o mundo gay vive de idealizações? acredito que não! qntos homens héteros procuram virgens santas para serem mães de seus filhos e não casam com aquelas putas que lhes davam o melhor sexo de suas vidas?

e sabe o que mais me incomodou? eu acho q sempre fui o cara com quem as pessoas tinham sexo deliciosos mas que não se encaixava nas idealizações que eles criavam...

não é de impressionar q meus relacionamentos tenham sido todos a distância...

FOXX disse...

ps: gostaria de te conhecer melhor, se puder me adicionar no msn:

le.foxx@hotmail.com

vc parece ser uma pessoa que vale a pena conhecer...

Paul disse...

Até sua escrita é intensa, como vc faz zcreditar q sua vida seja.
E concordo com o Foxx, nem só o mundo gay vive de idealizações!

E vc vem visitar o Rio e pega dengue? É a única pessoa até agora q ouvi falar q pegou dengue por aqui esse ano!!

Fabiano (LicoSp) disse...

gostei muito do seu texto e vejo o qto temos pensamentos em comum.

concordo com o Foxx quando ele diz que o mundo ideal não é idealização apenas de gays, todos querem este mundo, mas muitos ficam sem ele por problemas de força maior (gravidez, religião, familia)

E sexo é importante em um relacionamento... muito importante.

CAIN SODOM disse...

Ah bem, pra uma biba de 20. Você tá bem 40 (super madura) hehehe. Seus textos são sempre um chute no saco e uma avalanche de pensamentos.

Já eu não vou concordar nem discordar. Fico em cima do muro mesmo. Até porque a vida é sua né. E me parece que você está vivendo muito bem obrigado. Kiss

Descriativa ¬¬" disse...

Tenho que admitir que amo teus textos, a tua franqueza e o mais importante, que é a ausência total de pudor. Sou uma lésbica de estrela dourada (apenas uma única mulher na vida) rs., o que não me impede de te ler e me deixar levar pelas (es)histórias.

Au revoir, mon cher.
;*

Wagner Gui Tronolone disse...

Estou apaixonado pelo seu blog. Nem concordo com tudo o que vc escreve, mas seu texto é uma delícia. Bem-humorado, inteligente, sensual... se vc tiver todas as qualidades que tem o seu blog, tem tudo para ser um cara interessantissimo! Parabens!

Bruno Etílico disse...

Vamos marcar carnaval aqui, então! :D

De qualquer forma, idealização não é só no mundo gay.
Concordo com a procura pelos estereótipos, até pq qdo fui ficar pela primeira vez com meu namorado eu perguntei para a minha amiga: "mas você não acha ele meio gordinho?"
Ou seja: buscava algo diferente, algo que em inúmeras outras vezes eu consegui.
Mas engraçado é que com o cara que eu considerei gordinho é que me dei bem. Temos as nossas noites de sexxo tórrido (mesmo quando parece missão impossível, como disse outra vez no blog), mas nem sei se é isso entre nós dois que está no pedestal (veja bem: não tiro a importância, em nenhum momento, do sexo)

Acho que você, de uma forma geral, tá certo.... Hum.... é... você tá certo
rs

bju

ps: o convite para o carnaval aqui é verdade ;)

Anônimo disse...

Eu sonho com meu príncipe encantado, mas ele tem que gostar de foder e ser me dotado.... kkkk, realmente o mundo gay vive de idealizações.

Li Parth disse...

não pare de postar =]

glass disse...

gosto do seu geito de pensar , de ver as coisas e de escrever e apoia a sua opinião.
abraços glass

Unknown disse...

eii,,,quero vc de novo!!!..
faz seculos q jah li isso"!!!;;

entaum eh isso...bj